Logum era filho de Oxum Okê, deusa guerreira, e Oxóssi. Eles viviam na montanha, afastados das cidades. Como os pais tinham gênio difícil, viviam brigando, sendo assim, acharam melhor, viver separados. Oxóssi ficaria no alto da montanha e Oxum no seu domínio, onde existiam águas e uma bonita cachoeira. Por gostar muito dos dois, Logum ficava dividido: não sabia se caçava com o pai ou fazia companhia a mãe. Como era um grande feiticeiro, preparou um poção mágica através da qual durante seis meses teria características masculinas, usando um ofá para caçar e roupas azul turquesa, e nos outros seis meses características femininas, trajando roupas amarelo douradas e empunhando um abebê. Certo dia, Logum estava em companhia de Oxum e, entediado, resolveu dar uma volta; caminhou tanto que chegou até ifé, reino do orixá Ogum. Com seu jeito carismático, Logum então com formas femininas, cativou Ogum e foi morar com ele. Já havia se passado quase seis meses e Logum esqueceu-se de tomar a poção. Oxum, preocupada com a demora do filho, saiu à procura. Tal foi seu espanto ao encontrá-lo vivendo com Ogum, que expulsou-o de casa. Logum procurou o pai, pois não entendia o que estava acontecendo. Oxóssi também não gostou da história e colocou-o para fora de casa. Desamparado, ele andou até a cidade de Oyó, onde encontrou Iansã, deusa guerreira dos ventos. Imediatamente ela o acolheu e o proclamou príncipe, por sua formosura, apesar da pouca idade. Sabendo da poção mágica, ela fez com que Logum bebesse um pouco, mas de nada adiantou, pois seu efeito já havia passado. Surpreendentemente porém, ele se transformou numa pessoa de natureza andrógina, metade homem e metade mulher. Iansã que não tem preconceitos, vive até hoje com Logum.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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